Cármen Pinto
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A Rosinha

May 01, 2021

Vou falar-vos sobre a pequena Rosinha. Esta menina, filha única, vivenciou uma infância conturbada, o que acabou por moldar, de forma dolorosa, a sua personalidade. Era uma rapariguinha aplicada nos seus estudos. Adorava chegar ao pé do paizinho e apresentar-lhe as suas boas notas. Que contente e orgulhosa ela ficava de si mesma, em especial, quando o pai demonstrava satisfação! Afinal, ela preocupava-se e esforçava-se tanto!

A Rosinha era introvertida mas tinha alguns amigos e adorava brincar, contudo, às 18:00 tinha de estar, imperetrivelmente, em casa, pois era quando o paizinho chegava do trabalho. O paizinho era um homem muito conservador e austero e a Rosinha sofria muito com isso. Ela fazia de tudo para agradá-lo e nunca aborrecê-lo. Ele impunha respeito e medo.

Por outro lado, havia a mãezinha, que era muito mais branda na sua educação; protegia a sua filha o melhor que podia e sabia mas era submissa às vontades do marido de quem tanto temia. No seio familiar faltava proximidade, confiança e demonstração de afetos e a Rosinha aprendeu a crescer neste ambiente hostil e estranho que iria marcá-la para o resto da sua vida.

Hoje, a Rosa tem consciência do quão determinante foi tudo o que viveu na sua infância e adolescência na construção do seu EU atual. Tornou-se, aparentemente forte, mas complexa. Lamenta as ciscunstâncias do seu passado e a forma como foi educada mas reconhece, contudo, que os seus pais não poderiam lhe ter oferecido mais, pois eles também foram assim educados.Por essa razão, tanto a Rosinha, assim como a Rosa, perdoa-lhes e tenta seguir em frente.

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